Porto Sentido
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Uma das coisas que me apazigua porque me enche a alma é passear pelo Porto sem horas, sem destino e se calhar sem ter ainda uma ideia definida de onde quero ir.

Porto Sentido! Procuro fazê-lo sempre que posso, esta cidade está sempre lá para mim.

Cheguei cedo num dia de inverno soalheiro (no inverno a luz é sempre mais límpida) para mais um destes passeios à minha medida.

Comecei pela “cascata S. Joanina” tão bem simbolizada pelo Carlos Tê que para mim é o melhor “cantador” (sim também se pode cantar com as palavras que se escrevem) do Porto e que homenageio com o titulo desta estória.

Não posso deixar de falar no Rui Veloso que canta do coração e que com o Carlos forma uma dupla imbatível.

Fiquei algum tempo parada de pescoço no ar a ver as roupas estendidas numa varanda e a imaginar como seria o dono das roupas, seria com certeza uma pessoa alegre e ousada, as cores e os modelos das peças fizeram com que eu o pensasse.

Comecei a saber onde iria a seguir, ao Palácio da Bolsa, porque é mesmo um sitio onde vale sempre a pena ir, vemos sempre algo novo e parece mais bonito a cada nova visita.

Porto sentido: visitar o Palácio da Bolsa

Uma das salas que mais me encanta é a da entrada que é um pátio (pátio das nações) amplo, cheio de luz com um fantástico pé direito e que nos faz sorrir se pensarmos que simboliza a união dos povos.

Apreciem bem e ganhem alento para continuar porque não vão ficar desiludidos.

Todo o edifício é realmente bonito, mas prestem atenção à biblioteca, pequena mas bela.

Agora respirem fundo, sugiro que fechem os olhos antes de entrar e os abram já dentro do salão árabe. Podem e devem soltar um “uau”! É impossível não expressar uma emoção ou várias. Lindo!

Saio, o sol está mais forte e a luz continua inspiradora…

Vou àquela que é para mim a igreja mais bonita do Porto, a de S. Francisco.

O barroco da igreja de São Francisco

É uma igreja do século XIV, gótica, isto é, uma preciosidade. No século XVI João Castilho desenhou a capela de S, João Baptista, mas foi no século XVIII que houve um conjunto de obras significativas que deram a este templo, sagrado pela sua beleza, o esplendor barroco preservado até aos dias de hoje.

Quando entramos ficamos deslumbrados com o que vemos, parece coberta de ouro. Abençoada talha dourada.

Tenho pena, mas acabou a manhã e tenho fome.

Então entro num restaurante pequeno, acolhedor (com a pedra granítica à vista, o Porto no seu melhor), perguntam-me se estou sozinha , perante a resposta afirmativa dizem-me carinhosamente que não, que estou com eles e para estar á vontade, touché. Tão bem que comi.

Fome saciada tenho que regressar a casa mas aproveito para desfrutar da marginal junto ao douro e depois o mar este mar que todos os dias me acompanha e que como dizia a poetisa que mais admiro, Sophia de Mello Breyner, “só me arrependo dos dias que passei longe dele”.

 

 Maria José Dias

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